sábado, 7 de janeiro de 2012

Quem nunca sonhou junto com o palhaço?

A alegria do palhaço é quando o circo pega fogo.

     "Pegar fogo" ou "ver o circo pegar fogo" são expressões ainda usadas, ao menos no meu cotidiano. Dia desses, talvez por um trabalho escola, uma criança da família nos indagava em busca de ditos populares. Este passou batido, creio, embora seja expressão muito utilizada por minha mãe. Tem gente que gosta de ver o circo pegar fogo, tem gente que põe lenha na fogueira e tem criança que, em companhia certa (ou em certas companhias), pega fogo, não é verdade?

    Dias atrás entrevistamos o palhaço Pinóquio, que proferiu a frase inicial.

    É cada vez mais frequente encontrarmos discursos sobre a decadência dos circos e seus artistas. Lembro de alguns espetáculos vistos em 2011 sobre o tema: Palhaços, o reverso do espelho, com Sóstenes Vidal e Williams Sant'Anna, dirigo por Célio Pontes; O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, com Andrêzza Alves e Gilberto Brito, dirigido por Carlos Carvalho; A Céu Aberto Circo Pano de Roda Lona Estrela Boca Calada, encenado pela Cia. 2 em Cena, dirigido por José Manoel Sobrinho; Porque a criança cozinha na polenta?, encenado pela Cia. Munguzá de Teatro, dirigido por Nelson Baskerville - aparecendo a decadência do circo apenas com estopim para uma trama mais complexa e alheia a este espaço.

     Na contramão da decadência, encontramos a Cia. Circunstância (MG), com espetáculos de rua que exaltam a magia e a alegria do circo e seus componentes. Vale a pena conferir http://www.ciacircunstancia.com.br/
    
    Recentemente nos cinemas, O Palhaço, filme de Selton Mello, narrativa bela sobre o universo circense e artístico. Parabéns ao Selton Mello pela  sensibilidade na criação.

    Ao largo das releituras em espetáculos, Recife recebeu, ao longo do ano, diversas temporadas de circos nacionais e internacionais. Apesar das dificuldades, o que vemos é que os circos continuam encantando e atraindo público. 

    Após a conversa com Pinóquio, ou melhor, com Josué Pereira de Souza, certa curiosidade pelo "pano de roda" me assaltou com mais afinco, ao mesmo tempo que se instalou a alegria de saber ainda haver interesse por mágicos, palhaços, malabaristas. Esse universo lúdico e fantástico, com maior ou menos requinte, com certeza é responsável por boas lembranças, pelo estímulo a ir mais longe. Fugir com o circo pode ser real ou metafórico.

    E o palhaço o que é?

Ana Paula Sá

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